Urbanização Responsável com 100% Saneamento e Cidadania

A Rocinha desde sua existência enfrenta problemas como queda de encostas,

enchentes na parte baixa, e por conseqüência bairros vizinhos sofrem com a falta de
canalização correta do esgoto e drenagem pluvial decorrente do abandono pelo poder
público, que até início dos anos oitenta consentia apenas a entrada da repressão através
da polícia.

Em determinado período de sua existência moradores de favelas viviam o
fantasma da remoção e para afastar tal ameaça a Rocinha acreditava que as ações de
mutirões de limpeza de valas eram o remédio, conforme consta em reportagem da
Revista Veja publicada em 09/08/78, pag. 70, que no presente nos remete a perceber
que continua na pauta de reivindicações além de outros serviços prestados parcialmente
ou não.

Em Artigo Editorial publicado no Jornal Folha de São Paulo, em 21/11/2011,
denominado “Urbanismo Pacificador, diz que: “para integrar favelas às cidades, é
preciso que urbanização, saneamento básico e prestação de serviços sejam levados
a sério”. E que o desafio da pacificação é a remoção dos obstáculos urbanísticos e
arquitetônicos com abertura de ruas para acesso aos serviços públicos e redução do
índice da tuberculose que corresponde a sete vezes a média nacional (300 casos por
100 mil habitantes). Para isso há um projeto de plano diretor, escolhido por concurso
público promovido pelo governo do Estado, em 2005, que prevê intervenções para
facilitar deslocamento de pedestres e serviços na favela.

Tal editorial diz ainda que se deva pensar em empregar recursos na melhoria
da qualidade de vida dos moradores, em vez de obras grandiosas, referindo-se ao
teleférico, que o governo do estado pensar em erguer na Rocinha.

O citado editorial nos faz refletir sobre o que a Rocinha quer e o que a Rocinha
precisa, visto que em visita ao teleférico do “Alemão”, percebeu-se que acesso para
deficientes físicos moradores é difícil, transporte de bens adquiridos de maior porte não
é possível, transporte de resíduos em descarte também não é possível, o comércio não se
beneficiar porque o transporte é feito pelo ar; daí a pergunta para quem e para que serve
o teleférico?

Em artigo publicado no mesmo jornal e na mesma data, denominado “O
teleférico e a tal vontade política”, o arquiteto Luiz Carlos Toledo faz referência a
proposta de implantação do teleférico na Rocinha com a seguinte expressão: “Só
mesmo a vontade política, descolada da realidade das nossas favelas, poderia impor a
construção de teleférico na Rocinha como vem sendo dito”, e diz que isto coloca de lado
as propostas do plano diretor sócio espacial da Rocinha, aprovado pelo próprio governo
do estado, e que tal plano prevê melhorias nas condições de mobilidade na favela, tendo
como objetivo eliminar os gargalos que dificultam o fluxo viário e o de pedestres, que
sofre com barreiras físicas de toda ordem e com a topografia acidentada da Rocinha.

Para seguir em frente não se deve esquecer que o PAC 1 ainda não foi
concluído, há obras previstas não reiniciadas, nesse contexto vem a pergunta, quando
reiniciam? Quando terminam?

SOS ROCINHA SANEAMENTO